Mais tarde, nas aulas de filosofia, niilismo vai, existencialismo vem e ardilosamente o mestre inquieta-nos com a questão: "Existirmos: a que será que se destina?".
Nas aulas de psicopatologia, quando tentávamos vislumbrar a fina fronteira que separa a sanidade da loucura, outro sábio mestre nos alertou: "De perto ninguém é normal".
Mais crescidinhos, já podíamos falar sobre repressão e conteúdos inconscientes, e o mestre que nos conduzia nesta ousadia arriscou a vida para nos ensinar. Saltou da fria e recalcada Viena para cair certeiro na ditadura militar, que ele considerava um exemplo perfeito para explicar qualquer coisa, inclusive como a repressão funciona na mente das gentes. Foi uma incrível acrobacia de raciocínio metafórico, um salto mortal triplo que terminou num triunfante: "É proibido proibir". Não, ele não quebrou o pescoço.
Depois disso tudo fui praticamente forçada a concluir que Caetano é o grande poeta da mente/alma humana, que ele traga e traduz em verde, em folha, em graça, em vida, em força e luz.
Muito bonito mas não é verdadeiro. Sou espertíssima e não me deixo enganar pela Veja e Rede Globo. ;) Além disso fui graduada por gente vivida, que me ensinou que a mídia manipula tudo, até o Caetano.
Depois da leitura de muitos artigos científicos e teses de doutorados finalmente tive o insight: a verdade verdadeira é que Caetano paga jabá para ser citado nas universidades.
Só isso explica o fofíssimo "Gosto muito de te ver, Leãozinho" que ainda ouvi do paraninfo no dia da colação de grau.
* Nota: Caetano Veloso, cantor brasileiro. Movimento tropicalista. Referência emblemática ligada ao grupo Novos Baianos - na indústria cultural, uma das matrizes musicais nordestinas incorporando também tangos, sambas e boleros, operando a clássica infusão tropicalista, divulgada alguns anos antes pelos seus conterrâneos tropicalistas Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil e Tom Zé.
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