Resta saber ao certo que Lula veio fazer em Paris?...
Por enquanto, o motivo mais evidente da visita a Paris é a fuga da guerra. Melhor dizendo, do barulho. Reação provocada pela discordância de padrão moral na personalidade do presidente cujo milésimo gol aconteceu durante o mensalão. Repetiu agora com Sarney. Neste aspecto, Lula continua igual a ele mesmo.
Nos últimos 40 dias, o presidente visitou 12 países entremeando escalas no Brasil. Nenhuma no Senado Federal, embora tenha mantido, de longe, forte influência no que lá acontece. O território da câmara alta brasileira não deixa de ser, nos últimos tempos, estrangeiro — pelo menos no que diz respeito a quem ele representa. Lula chegou no aeroporto Le Bourget apresentado o atestado de óbito do G8, a reunião dos paises mais ricos — e agora, entre os mais endividados do planeta. Para o presidente, o grupo não tem mais legitimidade. “Para discutir a questão econômico-financeira do mundo, o G20 é o foro ideal", disse Lula com incontida satisfação
No particular, é inegável, Lula parece com os brasileiros. Ambos acham que certas instancias perderam o laço que as atrelam com a realidade. É o caso do Senado. Não é diferente com G8, o clube restrito não consegue mais decidir e, sobretudo, implementar suas medidas sem a participação de outros países, entre eles o Brasil. A próxima reunião do grupo, dia 8 de julho, na Itália, terá a presença também do G5 (Brasil, Índia, China, México e África do Sul) e do Egito.
Boa notícia para o Brasil? Pode ser, mas não pelos motivos apresentados pela insatisfatória justificativa do governo. Brasil e países do BRIC ganharam influência pela forca crescente de suas economias. O resultado deve bem mais a produção de riquezas da sociedade civil do que da diplomacia considera, entre outras bizarrices, a questão das eleições presidenciais iranianas como disputas entre as torcidas de Vasco e Flamengo.
Parece ao condutor desta percepção que o Irã de Mahmoud Ahmadinejad lembra a Venezuela de Hugo Chavez. Quer dizer, a oposição perdeu (sic) e descontente, parte para o golpismo. É o mesmo argumento que defende Sarney: “Querem ganhar no tapetão.” (Ainda se contará aqui a penosa missão dos tradutores oficiais em transpor metáforas sobre o esporte bretão que Lula usa nas conversas com chefes de estado).
Lula chegou em Paris e foi hospedar-se na residência do embaixador do Brasil na França. Estava previsto que fosse para um hotel de luxo, cinco estrelas no Guia Michelin, Le Meurice. Aparências mantidas, resta saber ao certo que Lula veio fazer em Paris? Segundo o protocolo, o presidente desembarcou na capital francesa no sábado para receber na terça-feira seguinte prêmio na Unesco. Celso Amorim, elabora um pouco diferente, sem subtrair a informação oficial: « O presidente preparara a reunião do G8 em um lugar tranquilo. »
Segundo a Agência Brasil, o Felix Houphouët-Boigny, o prêmio que será entregue a Lula, « é uma homenagem a personalidades que se destacam na defesa da paz. » Procurado com afinco de mini submarino francês, qual foi a « defesa da paz » encontrada pela comissão da Unesco, comandada pelo ex-primeiro-ministro português Mario Soares? Por enquanto, o motivo mais evidente da visita a Paris é a fuga da guerra. Melhor dizendo, do barulho. Reação provocada pela discordância de padrão moral na personalidade do presidente cujo milésimo gol aconteceu durante o mensalão. Repetiu agora com Sarney. Neste aspecto, Lula continua igual a ele mesmo.
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