“Os maiores avanços da civilização são processos que tendem a destruir as sociedades onde ocorrem” A.N.Whitehead
… desde sempre. Essa é uma verdade universal, mas em momentos singulares na história esse processo contínuo de mudanças tecnológicas dá um salto. Hoje temos a oportunidade de presenciar um momento como esse. Normalmente esses são tempos difíceis mas ricos em possibilidades. Como durante essas singularidades históricas o Caos é o padrão, faz-se necessário, para entendermos o que temos pela frente, olhar para o passado e analisar um pouco do último momento de mudança total que a humanidade presenciou. Vamos voltar até a Europa em 1450.
As tentativas de sistematizar o conhecimento europeu para dominar e transformar as forças da natureza através da investigação analítica e experimentação estruturada começam, no ocidente, na cidade de Bolonha em 1080, com a fundação da primeira universidade, até metade do século XV a transmissão do conhecimento prevalecente era oral, seguindo modelos de ensino da grécia antiga.[1]
Mesmo antes, a partir a queda do Império Romano do Ocidente no século VII gradativamente cai em declinio esse modelo de ensino. De imediato uma nova instituição, vinda do Oriente e que constrói um sistema de grande poder no Ocidente toma a frente no papel de educação: as ordens monásticas. Os monastérios concentram, a partir daí, as tarefas de ensino e, através do trabalho dos copistas, da escrita, produzindo basicamente textos de uso liturgico[1] e, com o surgimento da burguesia, obras de luxo para coleções particulares.
O processo de produção de cada cópia incluía a participação de Escribas, Encadernadores, especialistas em iluminuras, caligrafia ornamental e iustração. Cada livro copiado podia levar um ano para chegar ao seu fim.
E então, em 1450 o joalheiro Johannes Gutenberg somou um conjunto de práticas, entre elas o uso dos tipos móveis (que ele conhecia da gravação de letras em peças de ourivesaria), as prensas de uvas que lhe eram familiares por ser natural da Mogúncia, no vale do Reno, uma região vinícola desde a época dos romanos, e seus estudos com tintas aderentes a metais, e com isso desenvolveu a prensa de tipo móvel. O impacto imediato na cadeia de valor formada em torno dos copistas foi grande. Mas o real impacto estava por vir.
Como a produção de um livro por um copista era extremamente dispendiosa apenas obras de luxo e de carater religioso, normalmente litúrgico eram produzidos. Isso significa que não só o volume era pequeno, mas o conteúdo refletia a sabedoria e os dogmas do passado. Com o barateamento da produção os impressores arriscavam em novos titulos, e novas idéias começam a circular. Para entendermos o impacto dessa mudança tecnológica, essa disseminação de idéias deu na Revolução Francesa e na Reforma Religiosa.
“Os maiores avanços da civilização são processos que tendem a destruir as sociedades onde ocorrem” A.N.Whitehead
Entendido um exemplo do passado, como podemos ver a mudança tecnológica atual?
1 http://www.cinform.ufba.br/vi_anais/docs/RitaQueiroz.pdf
2 MADDISON, Angus. Contours of the world economy, 1-2030. Oxford University Press, 2007
http://hdmabuse.wordpress.com/2009/07/01/the-times-they-are-a-changing/
agência nacional de aviação civil
assembléia legislativa de perrnambuco