De todas as mistificações que o PT leva ao ar — que um jornalista da Folha chamou de “reais” —, a mais escandalosa se deu no horário eleitoral de ontem. A candidata do PT esteve no bairro de Heliópolis, em São Paulo, que já foi a maior favela do Brasil, e conversou com dois moradores — ou supostos moradores — sobre o futuro e coisa e tal. E deu a entender que o governo federal continuará a fazer melhorias na área.
Dilma seqüestrou Heliópolis. O governo federal nunca colocou um tostão ali — talvez tenha participado com alguns caraminguás em algum programa, mas todos os investimentos feitos no bairro, de mais de 100 mil pessoas, TODOS, foram feitos pelo Estado e pela Prefeitura. Saneamento, pavimentação, moradia para quem estava em área de risco, o melhor e maior AME (Ambulatório Médico de Especialidades), do Estado , reequipamento e reforma do hospital de Heliópolis, estação de metrô, que passa ao lado do bairro, o Expresso Tiradentes…
No mesmo programa, o PT também afirmou que Lula criou o Bolsa Família. Demonstrei ontem aqui o que o presidente pensava a respeito do programa no começo de 2003. Segundo ele, deixava as pessoas vagabundas; elas paravam, dizia, de “plantar macaxeira” para pegar o dinheirinho do governo.
É isto: estamos diante de um partido e de sua natureza — mentir sem medo de ser feliz. Assim como Lula seqüestrou o Bolsa Família e a estabilidade, Dilma seqüestra Heliópolis. Um dia ainda o PT vai acabar se orgulhando de ter privatizado a Telebrás e de ter promovido uma verdadeira revolução na área de telecomunicações no Brasil…
Por Reinaldo Azevedo
Conheça mais sobre a canalha petista e o seu mentor Lula (2)
Por Alfredo Junqueira, no Estadão:
Adversários do governador Sérgio Cabral Filho (PMDB), candidato à reeleição no Rio, divulgaram ontem na internet um vídeo editado em que o peemedebista aparece em inauguração de obra confraternizando com líderes da milícia Liga da Justiça - principal grupo paramilitar que atua na zona oeste da capital.
As imagens, gravadas no dia 1.º de agosto de 2007, mostram o governador em palanque montado na comunidade 1º de Abril, em Paciência, discursando junto aos então vereador Jerônimo Guimarães, o Jerominho, do PMDB, e deputado estadual Natalino Guimarães (ex-DEM) durante inauguração de rede de abastecimento de água.
Os dois foram presos, posteriormente, e cumprem pena de 10 anos e meio por formação de quadrilha na Penitenciária Federal de Segurança Máxima Especial de Campo Grande (MS). “Queria dizer da minha satisfação de estar aqui com os meus amigos, vereador Jerominho, o nosso querido deputado Natalino, dois parlamentares que dedicam a sua vida a melhorar a vida das pessoas da zona oeste”, discursa Cabral.
“É o governador que precisávamos ter”, saúda Jerominho. Pouco depois, outras imagens mostram Natalino de mãos dadas com Cabral cantando um hino religioso. “O meu voto, da minha família, de todos aqueles que votaram no Sérgio Cabral, o meu governador do coração”, afirma Natalino, que acabou renunciando ao mandato cinco meses depois de ser preso.
O vídeo também mostra imagens da campanha do peemedebista ao governo do Rio em 2006 ao lado dos dois líderes da milícia. A trilha usada pelos autores ao longo da edição é o atual jingle de campanha do peemedebista, Estamos Juntos.
Quatro meses após a gravação, a Polícia Civil prendeu Jerominho. Natalino foi preso em flagrante em julho de 2008.
Má-fé. Ao longo de seu primeiro mandato, Cabral mobilizou a Delegacia de Repressão a Crimes Organizados da Polícia Civil para tentar desarticular os grupos paramilitares do Rio.
A assessoria de imprensa do governador divulgou uma nota em que repudia a veiculação do vídeo. “As imagens, cheias de cortes, edições, montagens, denotam má-fé daqueles que não são afeitos ao jogo democrático. Reforce-se ainda que foi sob a gestão de Sérgio Cabral que os milicianos Jerominho e Natalino foram presos”, disse a assessoria. “O governador repele, combate e combaterá a milícia, o tráfico, a bandidagem.”
Por Reinaldo Azevedo
Já expliquei aqui algumas vezes como funciona a máquina petista de moer reputações e destruir os inimigos. Devo dizer que eu a vi operando quando trabalhei em Brasília. É assim: um petista ou alguém a serviço do PT arruma um “documento” acusando um adversário e passa o papel para um repórter; apura-se ali uma coisinha ou outra e se vai em busca do “outro lado”. Publicada a reportagem, o Ministério Público abre um inquérito. E o adversário dos petistas que se vire para provar que é inocente. Hoje as coisas estão ainda mais fáceis porque se mobiliza imediatamente a Internet.
A VEJA desta semana traz uma reportagem de Fernando Mello e Rodrigo Rangel sobre a tramóia petista na Receita Federal para tentar atingir a candidatura de José Serra. Ele não era o único tucano que estava na mira. Há tempos, o Palácio do Planalto entrou de cabeça numa tentativa de destruir o senador Marconi Perillo, candidato do PSDB ao governo de Goiás. E se deu mal.
Leia trecho da reportagem. Volto em seguida:
(…)
A armação começou a ser preparada no ano passado, quando o líder do PR na Câmara, deputado Sandra Mabel (GO), aliado do governo, se encontrou no Planalto com Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula. para conversar sobre “uma bomba”. O deputado tinha uai conjunto de papéis que, entre outras coisas, mostravam a existência de uma conta secreta no exterior em nome do tucano. A papelada continha extratos bancários de um certo Aztec Group, offshore sediada no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas. Perillo seria o administrador da empresa. Um dos documentos - com timbre do banco suíço UBS- indicava que a Aztec seria dona de uma aplicação de 200 milhões de euros, o equivalente a mais de 440 milhões de reais. Como o material era apócrifo, era necessário que o governo lhe conferisse autenticidade. Adversário de Perillo na política goiana. Mabel saiu do Palácio com a promessa de que o caso seria investigado a fundo.
Com uma mãozinha de Carvalho, foram abertas as portas do Departamento de Recuperação de Ativos (DRCI), seção do Ministério da Justiça encarregada de mapear no exterior o dinheiro que sai ilegalmente do país. Após falar com o chefe de gabinete do presidente. Mabel reuniu-se também com o atual ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, a quem o DRCI está subordinado. Como o DRCI não pode agir sem o pedido de outro órgão de investigação, Mabel fez o dossiê chegar às mãos de um promotor de Goiás - que, de pronto, abriu um inquérito para investigar as supostas contas. Os documentos obtidos agora por VEJA atestam que a máquina do estado foi usada para dar ares de legalidade a papéis fajutos.
Em resposta às consultas do Ministério da Justiça, o promotor suíço Daniel Tewlin afirma que uma das principais contas relacionadas no dossiê simplesmente não existe. A mensagem, ele anexou uma comunicação do banco UBS. “O banco ressalta que o documento apresentado como prova de que haveria relações comerciais (entre o UBS e o Aztec Group) é uma falsificação”, escreveu o promotor de Zurique. Há duas semanas, o coordenador-geral do DRCL Leonardo do Couto Ribeiro, encarregou-se de informar o vexatório desfecho da empreitada ao promotor de Goiás que abriu o inquérito. Ele foi arquivado”.
Comento
Perillo é um senador da República. Também é candidato de um partido de oposição ao governo de seu Estado. Além das prerrogativas do cargo, isso não faz dele um homem acima da lei. Mas também não deveria fazer dele um homem a quem não se garante nem a lei. E é o que tem acontecido no Brasil do petismo.
Gilberto Carvalho é outro que deveria estar, a esta altura, na fila do seguro-desemprego. Este santarrão do pau-oco gosta de tirar ares de beato, de homem de convicções cristãs — chegou a ser seminarista. A Igreja não perdeu nada, e a política não ganhou grande coisa. Se alguém chegar no Palácio com um papelucho apócrifo com alguma denúncia contra um petista, Carvalho tentará, por acaso, mobilizar a máquina do Estado para promover uma investigação? Ora, petista pego com mala de dinheiro para pagar dossiê fajuto sai incólume e ainda vira “empresário”…
Já não há mais dúvida: o Estado abriga uma máquina cujo objetivo é destruir os adversários do PT.
Por Reinaldo Azevedo
Com o objetivo de tentar inverter a desvantagem do petista Aloizio Mercadante (PT-SP) -- que tem 16% das intenções de voto, contra 54% do Geraldo Alckmin (PSDB-SP)--, Lula, o marqueteiro cabo eleitoral do PT e travestido de presidente do Brasil, cobrou da campanha petista urgência na criação de "fatos políticos". Mercadante, é aquele lider petista no senado, que jurou não saber de nada sobre o roubo do mensalão , que pede segunda chance aos companheiros mensaleiros envolvidos no escândalo e que são candidatos, e é ridicularizado até hoje em todo o país por revogar uma decisão que dizia ser em 'caráter irrevogável':
"Eu subo hoje à tribuna para apresentar minha renúncia da liderança do PT em caráter irrevogável." (Aloizio Mercadante, senador (PT-SP), colocando a liderança do partido à disposição -- por discordar do arquivamento das denúncias de crimes envolvendo José Sarney e seus famíliares, aliados de Lula e Dilma --- para voltar atrás logo em seguida - 20 de agosto).
DISPUTA POR CARGOS EM MINISTÉRIOS E ESTATAIS, PELO PMDB, PARTIDECOS ALIADOS, MENSALEIROS E ALOPRADOS, CASO DILMA VENÇA.
No PT e entre os aliados, a disputa por espaço no futuro governo, o assunto permanece interditado no "núcleo duro" da campanha Lula se esquiva ao menor sinal de conversa, mesmo em tom de brincadeira, a respeito de nomes para ministérios e outros cargos, informa o "Painel" da Folha, editado por Renata Lo Prete (íntegra somente para assinantes do jornal e do UOL),
CENTROS SOCIAIS (ONGS) NO RIO VIRAM CURRAL ELEITORAL
Arma de boa parte dos políticos fluminenses, centros sociais que oferecem serviços à população estão na mira do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) e do MP (Ministério Público). Ao menos 20 locais desses já foram fechados. Neles, fiscais do TRE-RJ encontraram medicamentos --alguns com validade vencida--, cadeira de rodas, material de campanha e dados de eleitores. Há, ao todo, 129 entidades mapeadas no Estado. Os centros oferecem principalmente atendimento médico gratuito, mas há também alguns que oferecem cursos profissionalizantes. Para o MP, a manutenção desses centros por parte de políticos pode configurar formação de curral eleitoral, abuso do poder econômico --o que pode impedir a diplomação de candidato eleito-- e propaganda irregular, que pode gerar multa.Aqui
'Liberdade de expressão e de informação é a garantia da democracia' O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, acusou ontem o governo federal e o PT de tentarem, nos últimos anos, intimidar, manipular e censurar a imprensa, em duro discurso durante o 8.º Congresso Brasileiro de Jornais, promovido pela Associação Nacional de Jornais (ANJ), no Rio... Aqui
Ao comprometer-se, no início da pré-campanha, com a criação do Ministério da Segurança Pública, o presidenciável do PSDB, José Serra, empurrou a questão para o centro do embate eleitoral. Seu programa de quinta-feira, na TV, concentrou-se em suas propostas para o combate às drogas - em especial o crack. Neste mês, em viagem a Salvador, Serra divulgou seu programa de governo para a segurança. Além da criação da pasta, os sete eixos condutores incluem o fortalecimento do controle fronteiriço, investimento em inteligência e a construção de presídios.
"A verdade é que a segurança não é prioridade para este governo", ataca o cientista político Túlio Kahn, que coordenou o programa tucano para a área. Ele afirma que a criação do Ministério da Segurança "é um meio, não um fim". A nova pasta deverá congregar órgãos atualmente subordinados ao Ministério da Justiça, como a Polícia Federal. O programa fala em "valorizar" e em aumentar os salários dos policiais. MAIS AQUI
Marisa Letícia, a mulher de Lula, aquela com alma de pobre e antes das interveções cirúrgicas de bisturi, aplicações de botox, virar do avesso a pele , de assessores estilistas e vestir, as custas dos brasileiros, as melhores roupas de marca de luxo e pior, depois de toda esta faxina, a inútil primeira dama conseguiu, no máximo, ficar com a mesma cara da candidata petista em São Paulo (Marta Suplicy) e com a cara, também recentemente recauchutada, da candidata de Lula a presidência do Brasil.
A quatro meses do retorno a São Bernardo do Campo, a desaparecida Marisa Letícia Lula da Silva resolveu mostrar que fala num leilão em São Bernanrdo do Campo (terra de Lula) ao lado do candidato petista ao governo do Distrito Federal. A inútil, informou que “nosso governo” (digo, o dela, e dos filhos dela) tem muitas inaugurações pela proa e pediu votos para Dilma Rousseff . A primeira-muda-dama não foi além de meia dúzia de frases, nada disse de relevante. Mas renovou o prazo de validade do seguinte texto aqui publicado em julho do ano passado, com o título O doutor Ulysses Guimarães e a mulher do político:
– O problema do político é a mulher do político – continuou a intrigar-me o timbre de cantor de cabaré, enquanto Ulysses abria os olhos profundamente azuis e acomodava no banco ( do carro) o corpo longilíneo. – O sujeito entra em casa no escuro, tira o sapato para não fazer barulho mas não adianta: acaba ouvindo uma mulher sonolenta querendo saber como foi o dia. O sujeito conta que almoçou com fulano ou encontrou beltrano e lá vem algum comentário do tipo “sei, aquele que você disse que é cafajeste”, “sim, esse que vive dizendo que você não presta”. Elas têm uma memória tremenda. Ninguém escapa, do vereador de distrito ao presidente da República. Mais aqui
"Pool de rádios em Petrolina mostrou o tipo de imprensa que o governo Lula adora"
"Guerra: Ministro de Lula ameaça liberdade de expressão"
"Sob comando do PT, Foro de São Paulo celebra censura à imprensa"
"Dirigente do PT mente sobre a 'não' presença das Farc em foro criado por Lula".
"Para a petista Marta Suplicy, um Lula cansado: Assim, não serve"
O excepcional guia eleitoral de Marco Maciel
Quem assistiu ao guia eleitoral de hoje ficou surpreso com a emoção e a qualidade do guia do Senador Marco Maciel.
Até a metade estava normal, falando do Senador, mas do meio para o final começou a mostrar imagens históricas do então Governador Marco Maciel, que era jovem, mostrando o Projeto Asa Branca, e a composição feita por José Marcolino em sua homenagem, na belíssima voz de Luiz Gonzaga. Tudo isso com as imagens do Rei do Baião com o jovem Maciel. Confesso que foi o melhor guia eleitoral que já vi. Nem mesmo os guias de Lula, com imagens de rua de 1989, estavam melhores que este. Conseguiu passar uma impressionante imagem humana do Senador, difícil para quem está acostumado com sua imagem mais recente de político de bastidores (a partir da década de 90). O guia de Suape já tinha ficado muito bom, mas o de hoje está muito acima da média. E olhe que com tantos anos de guia eleitoral no Brasil, fica difícil fazer algo inovador. O Projeto Asa Branca foi uma das principais obras até hoje realizadas no Sertão de Pernambuco, lançado por Maciel ao final do seu primeiro ano de Governo. Fonte: do excelente Blog brasileiro "Acerto de Contas"
PS: Marco Maciel, é senador de oposição ao governo de Lula, já foi vice-presidente do sociólogo Fernando Henrique, e para 2014 apoia José Serra Para presidente do Brasil.
Antevi aqui anteontem que não se diria por aí uma linha sobre o caráter escancaradamente autoritário e personalista da campanha petista na TV, em que um único homem, Lula, coloca-se como o donatário do povo, passando-o, mero objeto de seus desígnios — mas com sua concordância, em eleições que seriam meramente homologatórias —, para outras mãos, de sua inteira confiança. Ele próprio, avisou, andaria por aí a cobrar o que está errado, telefonando para a sua “presidenta” pedindo correções — seria, assim, o condestável da República. Dono do povo, é inventor de Dilma.
Batata! Não se disse um “a”, nada, zero! Isso quer dizer que a quase totalidade da imprensa brasileira considera isso muito razoável — “democrático”, diriam muitos. Essa gente chamava de “democráticas” até as eleições promovidas por Hugo Chávez — procurem e acharão. Em compensação, Serra apanhou barbaridade. Por quê? Por causa, justamente, de seu programa na TV.
Não acho que foi exatamente uma maravilha. Mas, ao menos, encontravam-se ali propostas concretas, compromissos assumidos, na área da saúde. Para o meu gosto pessoal, a campanha seria bem mais politizada — vamos ver os próximos dias. Qual a natureza da crítica quando feita de boa-fé? Serra teria se comportado como um candidato a ministro da Saúde (era um programa temático, é bom lembrar), não a presidente, faltando uma fala de apelo mais geral e abstrato. Tendo a concordar, sim, com aspectos dessa análise. A rigor, o eleitor de São Pulo viu que as campanhas de Serra e Alckmin, feita pelo mesmo marqueteiro, são muito parecidas, como eram em 2006. Há quatro anos, Serra tinha a eleição assegurada; Alckmin, não. Agora é o contrário. Se há uma mesma linha de campanha para quem lidera com folga e para quem está atrás nas pesquisas, a lógica sugere que algum ajuste se faz necessário — e não na campanha de quem lidera, é evidente.
Mas a crítica não enveredou por aí. Basta ler. Está em curso a pura depredação, a ânsia de liquidar logo a disputa, para fazer cumprir predições antigas de que Lula definiria o jogo, e ponto final! Li verdadeiras apologias à “superprodução” da campanha petista, tomada sempre como o oposto do suposto acanhamento da propaganda tucana — boa parte dos textos vazada entre o desdém (para um lado) e o triunfalismo (para outro). E a questão democrática? E o que cada uma das campanhas dizia no que concerne à política, aos eleitores? Nada! Nem uma linha. Serra estaria se negando, assim, a confrontar Lula, a fazer política etc. Então tá. Chegou a quarta-feira.
Debate Folha/UOL e a agressividade
Veio o debate Folha/Uol. Ele está no ar para quem quiser ver. O candidato tucano fez críticas ao governo, cobrou posições da candidata do PT; apontou incoerências — e foi alvo, igualmente, de críticas e cobranças. Estava ali, enfim, alguém de oposição. Foi o que bastou! Certo jornalismo (falo a respeito dele na seqüência do texto) sacou da algibeira a palavra “agressividade”. Isto: Serra estaria sendo “agressivo” como reação, então, às pesquisas eleitorais. Embora a estrutura do debate fosse outra, repetiu o tom da atuação do debate feito na TV Bandeirantes.
Como se decretou a sua “agressividade” — acusação que, na verdade, partiu dos petistas —, logo se buscou, como se diz, “repercutir” o que seria uma nova estratégia para enfrentar as más notícias nas pesquisas. Então é preciso ouvir pessoas que referendem a tese. E elas foram ouvidas. No Globo Online, quem endossava esse ponto de vista eram o “isentos” Marco Aurélio Garcia e Rui Falcão. Na Folha Online, Gaudêncio Torquarto, um articulista que está na área de influência de Michel Temer, vice de Dilma Rousseff.
E em que consistiu a “agressividade” de Serra? Ora, vejam o debate: em apontar o que considera falhas na administração — e se espera, afinal de contas, em todas as democracias do mundo, que o candidato da oposição o faça. Até outro dia, especialmente quando ainda não era candidato, o tucano era convocado para um bate-boca. Não com Dilma, candidata então só oficiosa, mas com Lula. Sim, queriam que Serra partisse para o confronto pessoal com quem não iria disputar eleições. Como ele declinava do convite, afirmava-se: “Estão vendo? Não quer se comportar como oposição!” Agora, quando decide confrontar, em tom bastante respeitoso (há o vídeo!), a candidata do governo, porque é a hora, aponta-se a “agressividade” que teria nascido da “adversidade”.
Estado terminal
Não me lembro, desde que leio jornal — e já faz tempo porque comecei a militar com 14 anos — de uma imprensa, com as exceções de praxe, como a que leio agora. Em 1975, ainda sob forte censura, já dava para perceber uma dissonância ou outra, que se acentuou durante o processo de abertura. Vieram as eleições de 1982, as Diretas-Já, Sarney, as diretas propriamente, Collor, Itamar, FHC… E o jornalismo foi-se tornando cada vez mais crítico. Agora à distância, já dá para caracterizar algumas coisas: muitas das divergências eram, a partir de um certo momento, ação partidária. Só que “O Partido” chegou ao poder — e o que era contestação transformou-se em mera justificação do presente. Ocorre que “O Partido” tem valores. Serão valores democráticos? Já volto aqui.
Antes que o processo sucessório fosse deflagrado, definiu-se em amplos setores da imprensa e em alguns aparelhos que até chegam a se confundir com institutos de pesquisa que a sucessão, no Brasil, se daria segundo a vontade de Lula. A equação considerada fatal era esta: presidente muito popular faz seu sucessor, pouco importando se algumas democracias do mundo já demonstraram, na prática, que pode não ser assim. Basta que se recue no tempo — a Internet pode servir para derreter memórias, mas também pode servir para reavivá-las — e se verá: mesmo quando Serra vencia a disputa no primeiro turno, asseverava-se: “Vai mudar”. E se estabeleceu uma doxa: Lula elege quem ele bem quiser. E o noticiário passou a perseguir esse futuro. Em muitos casos, esforçou-se para construí-lo. Era o caso de perguntar: “Eleições para quê? O fututo está selado!” Leiam a Folha de S. Paulo hoje: “Eleições para quê? O futuro está selado!”
Dilma, hoje, está na frente. Os analistas diriam, então, satisfeitos: “Viram como estávamos certos?” Porque, no passado, asseverava-se que tudo iria mudar, praticamente não havia notícia positiva para o tucano. Porque acabaram mudando, continua a não haver notícia positiva para o tucano, claro!, pouco importa o que ele faça e o que aconteça. É o que se viu no debate Folha/UOL: a superioridade de Serra no encontro ficou patente, embora Dilma Rousseff não tenha sido um deastre. Mas não! Isso jamais se dirá. Ao contrário: a candidata petista está despertando em certos círculos uma perversão intelectual inédita (vejam qual é no post abaixo deste). Desempenho de Serra? A Folha decretou a morte da candidatura tucana na edição desta quinta. Basta ler. Como se estabeleceu que ele vai perder, então não faz nada de certo ainda que faça, e os erros dela acabam se revelando… acertos.
Os valores
O debate político na imprensa encontra-se em estado terminal — e as exceções só evidenciam essa agonia. Entre a militância partidária, a submissão à patrulha e a mais assustadora ignorância — há gente cobrindo política que jamais leu um maldito livro a respeito; e, bem, ela também é uma ciência e congrega um saber —, sobra espaço para a torcida e para uma variante de assédio moral, que o PT exercita com rara competência.
O que importa que Lula se coloque como o “dono” do povo, doando-o, por vontade soberana — como o jingle e a propaganda deixam claro — à sua candidata? Que importa que esse tipo de pensamento tenha história, tenha uma filiação ideológica, tenha, em suma, passado? Que importa que isso seja, em si, a negação de princípios básicos da democracia? Nada importa! No fundo, boa parte vê o confronto eleitoral como a luta entre “progressistas” e “reacionários”, ainda que notáveis e notórios reacionários sejam hoje garotos-propaganda daquele tipo de progressismo.
Encerro
Não vejo nada disso com olhos apocalípticos ou dou, sei lá, a causa por perdida. Não tenho causa nenhuma! Faço a crítica porque acho que meus leitores têm direito a esse debate e porque quero que esse registro fique como documento de um tempo.
E houve um tempo em que um candidato de oposição contestar uma candidata do governo foi considerado “agressividade”. Houve um tempo em que “o pai do povo” anunciou que passaria o bastão para a “mãe do povo”, e a quase totalidade do jornalismo político fez um silêncio cúmplice, rompendo-o apenas para atacar o candidato da oposição. Não que ele não possa ser atacado. Claro que pode!
Mas quais são os valores que pautam, num caso, o ataque e, no outro, o silêncio? Entre petistas, ignorantes e covardes, os covardes são o pior tipo, como sempre. Afinal, os petistas sempre sabem o que fazem; os ignorantes nunca sabem o que fazem; e os covardes fingem não saber, fazendo.
Por Reinaldo Azevedo
Em ação os jagunços da Famiglia que representa Lula e Dilma no Maranhão
"Pancadaria no lançamento do livro HONORÁVEIS BANDIDOS em IMPERATRIZ."
O vídeo mostra duas ações já executadas pela tropa de jagunços a serviço da Famiglia Sarney. Na primeira, o exército particular dos donos da capitania hereditária tenta impedir, em São Luiz, o lançamento do livro Honoráveis Bandidos, de Palmério Dória. Na segunda, os jagunçoes reincidem em Imperatriz. O ataque ocorrido nesta quarta-feira começou quando discursava Manoel da Conceição, um dos fundadores do PT no Maranhão. Expulsos do auditório, os baderneiros desafiaram soldados da PM berrando a palavra-de-ordem: “Sarney, guerreiro do povo brasileiro”. Lula ordenou à seção maranhense do PT que apoiasse a reeleição de Roseana Sarney. Foi esse o preço combinado pelo endosso do Homem Incomum à candidatura de Dilma Rousseff. A Alemanha nazista odiava livros. Como o Maranhão de Sarney, Lula e Dilma. Como o país com que sonha o bando no poder. O vídeo é a prova de um crime. É provável que os maranhenses já não saibam o que é Poder Judiciário independente. O país que presta quer saber se ainda existem juízes no Brasil. Por Augusto Nunes
agência nacional de aviação civil
assembléia legislativa de perrnambuco