Zulu -> é o maior grupo étnico na África do Sul, sendo a sua população de mais ou menos 11 milhões de pessoas. Na sua maior parte (± 7 milhões) vivem no estado de KwaZulu-Natal (onde Durban fica – Kwa significa “lugar dos”), e eram considerados como cidadãos de terceira classe durante o regime do apartheid. O atual presidente da África do Sul (Jacob Zuma) é de origem étnica Zulu. Os yniangas (“curandeiros”) Zulus são os mais respeitados da África do Sul, fazendo até trabalhos para a comissão técnica e para os bafana-bafana. Essa magia pode ser branca ou negra, sendo a primeira com propriedades positivas e a segunda com propriedades negativas.

Xhosa -> é o segundo maior grupo étnico da África do Sul, contando com personalidades como Nelson Mandela, o arcebispo Desmond Tutu, o cantor Miriam Makeba (Mama Africa), e o duas vezes presidente da África do Sul Thabo Mbeki. A população Xhosa se concentra na região da Cidade do Cabo, a qual eles chamam de iKapa. Aos Xhosas durante o regime do apartheid foi negado a cidadânia sul-africana, fazendo com que estes fossem confinados em regiões que se auto-governavam. Estes “estados” chamados de Bantustan iam desde a Cidade do Cabo até o sul do que é hoje a Namíbia. Um dos seus rituais de transição (a circunsição) entre a juventude e a fase adulta para homens foi relacionada ao alastramento do HIV, já que eram feitas sempre com a mesma lâmina. Por essa política de discriminação que sofreram durante o apartheid, os Xhosas são umas das etnias mais pobres da África do Sul.

Basotho -> Os Basothos, ou basuto, vivem na região da África do Sul desde meados do século V em clãs dispersos, contando com uma população em torno de 3.5 milhões na África do Sul (mais de 4 milhões contando aqueles que habitam o Lesotho). Foi somente a partir do século XIX que essa etnia se uniu em torno de um líder, e fixou sua presença na região de Orange Free State (a sede da Copa 2010 de Bloemfontein fica nessa província), e também em um dos países encravado dentro da África do Sul, o Lesotho. A história dos Basothos está ligada a uma primeira aliança com missionários Boers (Holandeses) e depois a uma aliança com a Colônia do Cabo (Inglesa), em razão de conflitos com os primeiros. Destes conflitos seguiu-se a anexação do Lesotho pelos britânicos em 1868 e a sua independência na década de 60 do século passado.

Bapedi -> Os Northern Sotho estão espalhados pelas províncias de Gauteng, Limpopo e Mpumalanga e contam com aproximadamente 4 milhões de pessoas. Nestas províncias estarão organizadas 4 sedes da Copa 2010, sendo Johannesburg duas vezes (Gauteng), Polokwane (Limpopo) e Mbombela ou Nelspruit (Mpumalanga). A grande maioria dos Bapedi encontra-se na província de Limpopo (± 2.6 milhões), sendo praticamente 50% da população local. Na região de Johannesburg são 1.5 milhões de pessoas, enquanto que em Mpumalanga são mais 350 mil.

Venda -> A etnia Venda conta com aproximadamente 1 milhão de pessoas espalhadas entre a África do Sul e o Zimbabwe. Este povo é originário do Congo, e se especula que imigrou para a região fronteiriça entre o Zimbabwe e a África do Sul seguindo o rio Limpopo durante a fase de expansão Bantu. Administrava uma região independente chamada Venda, e que está atualmente unida a província de Limpopo.

Tswana -> Essa etnia é encontrada em sua grande maioria na África do Sul, em Botswana, e em pequenas proporções no Zimbabwe e Namibia. A população de Botswana, como de se esperar pelo nome, é composta pela maioria de Tswanas, mas é na África do Sul que encontra-se o maior número absoluto desta etnia. Tal qual os Xhosas, durante o regime do apartheid os Tswanas possuíam suas próprias regiões “independentes”, onde hoje encontra-se a sede da Copa 2010 Rustenburg. Vale lembrar que a província em que Rustenburg se situa faz fronteira com Botswana.

Tsonga -> Os Tsongas são encontrados na província de Limpopo (18% da população), Mpumalanga (11%) e no sul de Moçambique, tanto na região de Gaza quanto de Maputo. No Moçambique essa etnia é denomidada de Shangaan. Falam além de sua língua regional, o português e são em sua grande maioria cristãos. Os Shangaan comandaram o império Gaza, uma dissidência do império Zulu comandado pelo grande General Shaka. Com esta dissidência, se auto-governaram na região em que é hoje a fronteira entre Moçambique e Zimbabwe. Com a morte do então aliado de Shaka, o general Shosangane, e após um período de poder de seu filho de 20 anos, o então neto Ngungunyane assume o poder em Gaza. Os Shangaan foram aliados da coroa portuguesa durante estes primeiros reinados, mas com a ascensão do neto de Shosangane e a sua rebelião contra a coroa, este é aprisionado e mandado em exílio para a Ilha de Açores junto com seu filho e outros membros da família real. O seu reinado não durou mais do que dois anos.

Swazi -> Tal qual os Tswana, os Swazi também possuem um estado independente e encravado na África do Sul (Swazilandia). Contam com uma população total de 3.5 milhões de pessoas, sendo que mais ou menos 1 milhão habita a Swazilandia. São em sua maioria cristãos, mas com um sincretismo acentuado no que se refere as suas crenças locais. A Swazilandia possue a mais baixa expectativa de vida do mundo, beirando os 30 anos. Também, como em outras etnias sul-africanas, está envolta com sérios problemas epidêmicos de HIV-AIDS, sendo que números dão conta que praticamente 50% da população na região de 25 anos está infectada.

Ndebele -> Essa etnia conta com uma população em torno de 700 mil pessoas, concentradas em sua maioria no região de Pretoria (Gauteng). Como para outras etnias, esta durante o regime do apartheid possuía um estado autônomo no que hoje é parte da província de Mpumalanga. Os costumes e língua desta etnia estão desaparecendo, na medida em que há uma grande mistura com os vizinhos Sotho e Tswana que são mais numerosos.

 

Além destas 9 grandes etnias locais, a África do Sul ainda conta com a população branca (européia) que é normalmente dividida entre inglesa e holandesa (Boers ou Afrikaaners). Estes colonizaram a região a partir de 1500 e a disputaram durante séculos, terminando com o domínio da coroa inglesa o que faz hoje a África do Sul ser parte da Commonwealth. Também participaram da colonização sul-africana italianos, portugueses, gregos, alemães, indianos, franceses, lituanos, dentre outros. (aqui "um breve histórico da formação da África do Sul como um país")

 

Fonte blog Vou pra Copa 2010