Quarta-feira, 31 de Agosto de 2005
O francês Jacques Denis é um entusiasta pela música brasileira em geral, e pela nordestina em particular, crítico de música respeitado em seu país, ele escreve sobre o assunto para diversas revistas especializadas, como a Vibration e a edição francesa da Rolling Stone (nas quais tem comentado lançamentos de discos brasileiros) (...) Jaques Denis disse que a seu ver, “a música brasileira é ainda coisa para poucos na França, o resto é clichê: bossa, não muito nova, drum‘n’bass redundante de São Paulo, o samba das escolas. Quem conhece Lula Queiroga ou Lucas Santana? Acho que só eu! Agora, para ser sincero, a estas alturas acho que a mídia francesa (TV, rádio, jornais) começa a ficar um pouco cansada de Brasil, porque foi exposta a muita coisa durante um período muito curto. Assim penso que não haverá muita diferença em 2006 para o artista brasileiro na França. Lenine ainda toca em algumas rádios, mas para Silvério Pessoa ou Nação Zumbi continuará muito difícil entrar na programação das FMS.”
Matéria completa no Caderno C em 31.08.2005 www.jc.com.br
O poeta português Ricardo Reis nasceu em 1887, na cidade do Porto, e estudou em um colégio de jesuítas. Formou-se médico e defendia a monarquia. Quando a República se instalou em Portugal, veio para o Brasil, exilado. De formação helênica e neoclássica, escreveu odes inspiradas em Horácio (...) Reis tinha na ausência de desejos e no autodomínio dois pilares de sua sabedoria. O rigor de sua postura é manifesta em poemas de enunciação severa e métrica precisa.
Assim é Ricardo Reis, um poeta que não existiu. Não foi ele nada mais que fruto da imaginação, genialidade e inquietude de Fernando Pessoa, poeta português que, não contente em ser apenas um, se fez mil (e descreveu cada um deles, como no parágrafo acima, onde fala quem é Ricardo Reis). Mil diferentes partes, chamadas eruditamente de heterônimos, diferentes entre si, e diferentes do Pessoa "ele mesmo".