Terça-feira, 19 de Agosto de 2008
"O atestado de óbito da esperança"
Comemora-se hoje o Dia do Artista de Teatro e minha homenagem vai para Samuel Beckett considerado o pai do chamado "teatro do absurdo". Abordando o vazio da vida, criou um humor amargo, sombrio, levemente absurdo na sua disposição de ser irônico e zombeteiro. Em 1969, Beckett recebeu o Prêmio Nobel de Literatura.
Esperando Godot, obra-prima do dramaturgo irlandês Samuel Beckett (1906-1989). A peça estreou em 1953 e se tornou um divisor de águas no teatro do século passado. Na história, dois vagabundos aguardam a vinda do sr. Godot, que nunca aparece. Enquanto aguardam, eles iniciam uma reflexão a respeito da vida. No centro de Godot, estão dois palhaços tristes, implicantes, insatisfeitos e solitários, que passam os dias a esperar a solução de seus problemas. Na trama, os vagabundos Estragon e Vladimir esperam em vão a chegada de um personagem enigmático, um certo Godot (símbolo do inalcançável).
Beckett foi capaz de mergulhar nas mazelas inerentes à condição humana, encontrando a solidão e o absurdo dessa condição. Baseando-se na chegada de Godot, as personagens mostram a constante busca pela felicidade para reverter sua condição de miséria. Atualidade social e metafísica e uma incrível comicidade tornam "Godot" um grande espetáculo popular. A obra de Beckett, mais do que representar a superfície inteligível da vida, o autor disseca a consciência humana e os sistemas pelas quais tentamos organizar nossas vidas. "Godot...será que ele vem? Será que não? Talvez virá... amanhã!"
Esperando Godot de Samuel Beckett nasceu em Paris, mas mora no mundo inteiro
Marco no chamado teatro do absurdo, o relato contundente sobre a falta de esperança na condição humana, criado por Samuel Beckett em Esperando Godot, estreou em Paris, em janeiro de 1953, em uma pequena produção dirigida por Roger Blin. A obra foi consagrada pela crítica e se transformou em um clássico do século 20. Esperando Godot teve a primeira encenação no Brasil em 1955, dois anos depois da estréia parisiense, e no mesmo ano em que a peça foi exibida pela primeira vez em inglês, em Londres e em Dublin, na Irlanda.
A primeira montagem brasileira foi dirigida por Alfredo Mesquita, com alunos da Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (EAD-USP). A estréia profissional foi em 1968, dirigida por Flávio Rangel, com Walmor Chagas e Cacilda Becker. Essa montagem ficou marcada na história do teatro brasileiro, pois foi em uma de suas apresentações que a atriz Cacilda Becker foi vítima de um aneurisma cerebral que a levou à morte. Dez anos mais tarde, o texto foi montado por Antunes Filho, com elenco formado por Eva Wilma, Lílian Lemmertz, Lélia Abramo, Maria Yuma e Vera Lyma.
http://www.samuel-beckett.net/
Mestre do absurdo
Publicado por Blog da Santa às 08:06 |
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Santa querida. Eu continuo "esperando Godot" :))
De
DO a 19 de Agosto de 2008 às 09:28
Inevitável lembrar do incendio do teatro Cultura Artistica no domingo aqui em SP.
Beijos,Santa!!
Para quem não teve a oportunidade de assistir, o roteiro está publicado em livro. Mantém a atualidade, sem deixar de refletir sobre o período que precedeu os anos 60, que culmiram com a revolução de costumes que todos conhecem.
De
Clê a 19 de Agosto de 2008 às 12:02
Santa!!
Finalmente você faz um post com teatro! Pois não só as artes visuais produziram artistas geniais. Beckett é um deles.
Meus parabéns a todos os atores pelo dia do teatro!
De
Duda a 19 de Agosto de 2008 às 12:04
Beckett um visionário. Esperando Godot... É aqui.
Cada post uma belo presente. Ogrigada, santinha!
De Anónimo a 19 de Agosto de 2008 às 12:43
Bom dia Santa!
Enquando se espera Godot leia o monólogo "Primeiro amor" de Samuel Beckett. Um espírito patético, com muitos toques de humor. Implacável, inusitado cujo herói é capaz de deixar qualquer leitor estupefato.
Lu
luciamferreira@bol.com.br
É tempo de refletir. Parabéns pelo post.
Santa, a oposição ainda está esperando Godot... E Lula com a corda solta. Assim não dá!!
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